Brasileiro de 11 anos ganha um Iphone após ajudar polícia a prender golpista em Boston

 BOSTON – O brasileiro Henzo Lopes, de 11 anos, foi recompensado pela polícia de Medford, na grande Boston, após ajudar a prender uma americana que vendeu um Iphone 14 falso para os seus pais no início do mês. 

Hiara Lopes, 28, e Gleydson Cunha, 36, compraram o celular através de uma página de vendas no Facebook para dar ao filho em seu aniversário. Eles encontraram o casal responsável pela venda do aparelho no dia 1° de fevereiro em um centro comercial da cidade.

"A gente não imaginava que aqui no Estados Unidos teria um iPhone falso. Quando chegamos em casa, vimos que o aparelho era falso. Era uma réplica do iPhone, mas falsificado porque as configurações não batiam", diz a capixaba que se mudou com a família para os Estados Unidos em agosto.

Foto: Arquivo de Família

Ao perceberem o golpe, Cunha decidiu ir à delegacia para fazer uma denúncia. Ele levou Henzo para ajudar na tradução com os policiais porque não fala inglês enquanto o menino é fluente.

A caminho do departamento de polícia, o pai avistou o veículo das pessoas que venderam o telefone falso. Eles confirmaram o número da placa e identificaram a mulher que negociou o produto na direção.  

"No impulso, ele [Cunha] foi atrás da mulher. Ela tentou fugir, fechou o veículo dele no trânsito, mas logo a polícia parou os dois carros. A mulher disse que estava fugindo de Gleydson porque ele tinha apontado uma arma para a cabeça dela", conta Hiara.

Henzo se manteve tranquilo e ajudou os policiais a entenderem o que estava acontecendo. "Foi o Henzo que explicou aos policiais que o pai nem arma tinha", revela a mãe.

Segundo Hiara, a mulher foi presa e o carro dela guinchado enquanto pai e filho foram direcionados para a delegacia para prestar depoimento.

"Fomos muito bem tratados. Quem fez a tradução de tudo que tinha acontecido foi o Henzo. Os policiais ficaram encantados porque, apesar da adrenalina que tinha passado com o pai, ele mantinha a calma e traduzia do inglês para o português para a gente e também do português para o inglês para eles", destaca a mãe.

"O xerife até perguntou como ele aprendeu inglês e disse que Henzo havia sido um 'good boy'. Henzo disse que estava tudo bem e que, por mais que soubesse que não teria o celular, estava feliz porque os criminosos estavam presos e não dariam golpes em mais ninguém", diz Hiara.

A mãe conta que o menino aprendeu o idioma em casa, quando ainda moravam em Vila Velha, na Grande Vitória.

A família já tinha se conformado com o prejuízo até que a polícia voltou a entrar em contato para colher novos depoimentos no dia 15 de fevereiro, 11 dias antes do aniversário de Henzo.

"Quando chegamos lá, eles nos receberam na recepção, bem sérios, e nos levaram para a sala onde prestamos o primeiro depoimento. O xerife chegou com uma pastinha e acompanhado de uma moça. Eles fizeram umas perguntas em inglês e a gente não entendeu. Eles então perguntaram diretamente para o Henzo o que ele tinha esquecido na delegacia. Henzo disse que nada e ficou até um pouco assustado", relembra a mãe.

Foto: Arquivo de Família

Logo em seguida, o xerife pediu para o menino levantar e pegar algo que estava em uma estante.

"Era um iPhone 15 novo. Foi aí que começamos a perceber o que estava acontecendo. O xerife também deu uma carta escrita a mão para o Henzo e, neste momento, os policiais entraram com outros presentes, um Playstation 5, um óculos de realidade virtual, um controle extra, um fone de ouvido e US$750 de gift card", relata Hiara.

O momento da entrega dos presentes, que teve direito a bolo,  foi registrado pela mãe. Nas imagens, o xerife diz que Henzo é uma boa pessoa e pede para ele manter boas notas na escola, continuar a cuidar dos pais e visitar a delegacia quando quiser.

Nas imagens Henzo agradece aos policiais. "Isso é demais! Isso é muito pra mim. Eu não sei se alguma vez eu já recebi tanto. Não sei nem se no Brasil já recebi alguma coisa próxima a isso. Muito obrigado. Meu pai e minha mãe disseram que não têm palavras para agradecer.”

Henzo disse ainda que pensava em ser médico ou jogador de futebol, mas após as comemorações, ser policial se tornou uma das opções. "Eu me inspiro nos policiais porque eles são boas pessoas",  opina.

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