PF faz operação de combate a migração ilegal para os EUA

WASHINGTON/ BELO HORIZONTE – Enquanto chegam semanalmente brasileiros deportados dos Estados Unidos em voos fretados pelo governo americano ao aeroporto de Confins,  a Polícia Federal do Brasil fecha o cerco contra os criminosos que promovem a travessia ilegal.

Na sexta-feira (16), a  PF cumpriu dois mandatos de busca e apreensão em Guanhães, interior de Minas Gerais,  expedidos pela Justiça Federal de Governador Valadares.

                                                                  Foto: Divulgação PF

As investigações da operação Fake Family, deflagrada em março, apontam que os acusados criaram "núcleos familiares inexistentes, utilizando falsificação de documentos públicos, com alteração de informações como datas de nascimento, filiações e outros dados, com o fim de tentar facilitar o ingresso em solo estadunidense".

A quadrilha também utilizava falsificações para viabilizar a viagem de menores desacompanhados sem a autorização de ambos os genitores. 

De acordo com o inquérito, alguns pais e mães só descobriam que seus filhos haviam deixado o país, quando já estavam em solo estrangeiro sem meios de revê-los ou visitá-los.

"Apurou-se ainda que diversos viajantes foram vítimas dos contrabandistas, entregando-se à exploração da migração ilegal para os Estados Unidos e falsificação de documentos", destaca o comunicado da PF. 

Cai-Cai

O esquema  usava  o golpe do “cai-cai” ao tentar ludibriar as autoridades de migração dos EUA, fazendo crer que se tratavam de famílias verdadeiras que migravam acompanhadas de seus filhos menores de idade em buscam asilo no país. 

Vale ressaltar que desde 2019 os imigrantes que tentam cruzar ilegalmente a fronteira com o México são devolvidas ao país vizinho imediatamente. Na época, o então presidente Donald Trump colocou em prática o Título 42 como instrumento de controle sanitário em meio à pandemia da Covid-19. 

Nas últimas semanas, decisões judiciais derrubaram a medida que foi mantida por Joe Biden. A partir de quarta-feira, 21, as autoridades não podem deportar imediatamente os imigrantes presos na fronteira.

Mas a questão ainda deve ter a palavra final da Suprema Corte Federal uma vez que a própria administração democrata luta para manter em vigor o recurso que barra a entrada dos estrangeiros.