Bolsonaro ministra palestra em Orlando um dia após pedir visto de turista

ORLANDO - Um dia após anunciar a solicitação do visto de turista nos Estados Unidos, o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ministra uma palestra em evento pago nesta quarta-feira, 31, em Orlando, na Flórida. 

A AG Immigration, que representa o ex-presidente, confirmou ao jornal britânico Financial Times,que as autoridades imigratórias receberam na sexta-feira (27) o pedido para alterar o status de Bolsonaro. 

"Ele dedicou 34 anos de sua vida ao serviço público e gostaria de tirar uma folga, clarear a cabeça e aproveitar como turista nos Estados Unidos por alguns meses antes de decidir qual será seu próximo passo", afirma o advogado Felipe Alexandre.

Segundo o advogado, Bolsonaro permanecerá nos EUA enquanto seu pedido estiver sendo considerado. O visto de turismo B1/B2 possibilita a permanência no país por até seis meses.

Até ontem, Bolsonaro tinha o visto A-1, documento diplomático destinado às autoridades em visitas oficiais, e agora está fora de status como qualquer imigrante que aguarda a troca do documento em território americano. 

Contravenção

Tanto nesse período de espera e caso seja concedido o benefício a Bolsonaro, ele não pode trabalhar nos EUA.

Mesmo assim o ex-presidente é esperado para dar uma palestra hoje. O ingresso para participar do Grande Encontro em Orlando custa até US$50. Os organizadores do evento também pedem doações entre US$20 e US$100. 

De acordo com artigo publicado na Folha de S. Paulo por Alvaro Costa e Silva, Bolsonaro fechou um contrato nos EUA para dar seis palestras sobre política no valor de US$ 10 mil cada uma.

Viagem

Bolsonaro viajou para os EUA em 30 de dezembro de 2022, um dia antes de deixar a Presidência, com a família para passar férias em uma casa que pertence ao ex-lutador de MMA José Aldo, em um condomínio fechado em Kissimmee, cidade a poucos minutos dos parques da Disney.

A casa está disponível para aluguel em uma plataforma online por valores a partir de US$ 519 a diária, mas foi cedida por José Aldo que apoiou Bolsonaro na eleição de 2022.

Prestes a completar um mês nos Estados Unidos, Bolsonaro pediu a extensão da estadia por pelo menos mais 30 dias,  segundo um amigo do atleta, conforme noticiou a Folha de S.Paulo na última semana.

A família Bolsonaro, inclusive a ex-primeira dama Michelle, já retornou ao Brasil. Em entrevista à imprensa brasileira, familiares repetem a retórica do advogado de que o político está descansando. 

Não se sabe, porém, se os problemas de saúde de Bolsonaro vão fazê-lo encurtar a viagem. Ele chegou a ser internado com obstrução intestinal no começo do mês e, na ocasião, disse que iria adiantar a volta ao Brasil. Nesta semana, o médico do ex-presidente, Antônio Macedo, disse que "ele terá de fazer uma nova cirurgia ao voltar e prometeu ir direto para o hospital". 

Mal-Estar

A permanência de Bolsonaro nos EUA tem causado mal-estar na base democrata do presidente Joe Biden no Congresso. 

Há duas semanas, dezenas de congressistas pediram em carta a Biden que o governo americano não permitisse o uso do país como "refúgio" por Bolsonaro. 

O deputado democrata americano Joaquin Castro, do Texas, chegou a dizer que o pedido de visto deveria ser negado. Ele afirmou que Bolsonaro "é perigoso e não deveria ser autorizado a permanecer nos EUA". 



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