Brasileiro deve ficar cinco meses sem trabalhar após quase perder as mãos pelo frio intenso

ABINGTON - O drama do brasileiro Sebastião de Souza, 46, que teve as mão congeladas no início do mês em Massachusetts, chamou a atenção nas redes sociais e acendeu um alerta para o perigo da exposição a temperaturas abaixo de zero. Ele não conseguiu ligar o carro ao sair do trabalho e precisou correr por 20 minutos quando os termômetros registravam 23 graus negativos.  

Sebastião ou Tião, como seus amigos o chamam, esteve próximo de precisar amputar os dedos após ficar cerca de meia hora exposto ao frio ártico (-23°C) que se abateu sobre Massachusetts na madrugada do dia 3 de fevereiro.

Tião encerrou seu turno como lavador de pratos em um restaurante em Abington às 2 horas, mas o frio intenso havia descarregado a bateria de seu carro.

"Tentei fazer o carro funcionar, mas estava tudo congelado", conta. "Já não conseguia colocar a luva e nem usar o telefone porque os meus dedos estavam inchados e congelados."

Último a sair do restaurante, sua tentativa de voltar ao estabelecimento foi frustrada pela porta já trancada. Tião correu por aproximadamente 20 minutos para chegar em casa onde foi socorrido. 

"Meu irmão acendeu o fogão para me aquecer, mas não adiantava. Eu sentia muita dor", diz. 

Tião foi levado a um hospital da cidade e em seguida transferido para a UTI do MassGeneral, em Boston, para tratar das queimaduras provocadas pelas baixas temperaturas. As orelhas e os dedos foram os mais comprometidos.

De acordo com especialistas, as lesões por frio (frostbite) podem acontecer minutos após a exposição aguda a temperaturas abaixo de 20°C negativos e acometem primeiramente as extremidades. 

Depois de mais de duas semanas internado, o mineiro se recupera em casa e comemora ter escapado da amputação. 

"Eu pedi muito a Deus para que preservasse as minhas mãos. A minha família depende de mim para sobreviver", relembra. 

Ele deve ficar afastado do trabalho por pelo menos cinco meses e precisa da ajuda de amigos e desconhecidos durante esse período. "Eu sinto muita dor e até para ir ao banheiro preciso de ajuda porque não posso usar as mãos", disse ele.

Segundo Tião, o restaurante está pagando metade de seu salário, o que não cobre todas as suas  responsabilidades, mas acredita que possa conseguir uma indenização porque estava saindo do trabalho.

"Eu tenho a esperança de conseguir um advogado que possa fazer essa ação."

O brasileiro migrou de São Sebastião do Anta, em Minas Gerais, para os Estados Unidos há quatro anos e mantém a família, incluindo três filhos com idades entre 13 e 18 anos, no interior mineiro.

A quem quiser ajudar, Sebastião pede que faça uma transferência bancária através de seu  Zelle  pessoal: 774-300-2817 


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