Caso em escola de Nashville foi 131º ataque a tiros nos EUA em menos de três meses

WASHINGTON - O ataque a tiros em uma escola de Nashville, no Tennessee, foi o 131º caso do tipo nos Estados Unidos desde o início deste ano, segundo a Gun Violence Archive. Isso significa uma média de 1,5 tiroteio em massa por dia no país de 1º de janeiro a 27 de março (86 dias).

A Gun Violence Archive - organização sem fins lucrativos que monitora dados de violência armada - classifica nessa categoria incidentes envolvendo armas de fogo em que "quatro ou mais pessoas são mortas ou feridas".

Segundo dados compilados pelo periódico Education Week, houve 12 ataques a tiros em escolas que resultaram em mortes ou ferimentos nos EUA neste ano até o final da semana passada.

Escalada de casos

Em 2020, foram 610 casos. Em 2021, 690. E, no ano passado, 647. Para efeitos de comparação, foram registrados 273 ataques com armas de fogo em 2014.

Só neste ano, segundo a Gun Violence Archive, já são quase 10 mil mortes por armas de fogo no país.

Desse total, 5.742 estão relacionadas a suicídios. As 4.248 restantes envolvem homicídios (intencionais ou não, acidentais e por autodefesa).

Entre as crianças de 0 a 11 anos, 59 foram mortas e 130 ficaram feridas. Entre adolescentes, de 12 a 17, o número é maior: 344 mortos e 827 feridos.

Desde 2020, as armas de fogo são a principal causa da morte entre crianças e adolescentes nos Estados Unidos, à frente dos acidentes com veículos motorizados (tanto relacionados ao trânsito quanto não relacionados ao trânsito), segundo um estudo recente do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Mais letal

O tiroteio em massa mais letal da história dos Estados Unidos ocorreu em 2017 em Las Vegas (Nevada) quando 58 pessoas morreram e 867 ficaram feridas.

Um atirador abriu fogo contra uma multidão que participava do festival Route 91 Harvest de seu quarto no 32º andar do Mandalay Bay Resort and Casino.

O incidente durou mais de 15 minutos, enquanto os espectadores em pânico tentavam se proteger, sem saber de onde vinham os tiros.

Uma unidade da SWAT, um tipo de polícia especializada dos Estados Unidos, invadiu o quarto do atirador e o encontrou morto por suicídio.

Último registro

Pelo menos três crianças e três adultos foram mortos em um ataque a tiros na The Covenant School, uma escola cristã particular para alunos de 3 a 11 anos, em Nashville, no Tennessee, na segunda-feira (27)

Os estudantes mortos, de oito e nove anos, foram identificados pela polícia como Evelyn Dieckhaus, Hallie Scruggs e William Kinney.

Cynthia Peak, de 61 anos, Katherine Koonce, de 60 anos, e Mike Hill, 61 de anos, também foram mortos durante o ataque, acrescentaram os policiais.

Audrey Hale, de 28 anos, foi identificado como o autor do ataque.

Ele estava armado com três revólveres, incluindo um rifle semiautomático, e foi morto a tiros pela polícia.

Hale, que não tinha antecedentes criminais, era ex-aluno da escola e os policiais acreditam que "ressentimento" pode ter sido o motivo para o ataque.

O chefe da polícia de Nashville, John Drake, disse que os investigadores encontraram um manifesto e "um mapa de como tudo isso iria acontecer", incluindo pontos de entrada e saída no prédio da escola.

Na busca na casa de Hale, foram encontradas mais armas, além das usadas no ataque, como duas espingardas.

Restrição de armas

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou o ataque a tiros de "o pior pesadelo da família".

"Temos que fazer mais para acabar com a violência armada", disse ele, mais uma vez instando o Congresso a aprovar leis de controle de armas mais rígidas.

Segundo uma sondagem do instituto de pesquisa Gallup, de outubro de 2022, 57% dos americanos querem leis mais estritas para o controle de armas, 32% defendem que elas se mantenham como estão e 10% advogam por maior flexibilização.


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