Nova York vai entregar folhetos na fronteira para afastar imigrantes
NOVA YORK - O prefeito de Nova York, Eric Adams, adotou uma medida radical após a cidade atingir o “seu limite para receber imigrantes”. Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 20, o democrata anunciou a distribuição de folhetos na fronteira dos Estados Unidos com o México incentivando-os a procurar outro lugar.
Mais de 90 mil imigrantes, principalmente da América Central e América do Sul, chegaram a Nova York desde abril do ano passado e sobrecarregaram os serviços da cidade, apontam relatórios da prefeitura.
Foto: Reprodução TV |
"Nossa xícara está cheia. Não temos mais espaço na cidade", afirmou Adams.
O grande fluxo ocorreu quando Estados liderados por republicanos, como o Texas, começaram a transferir os estrangeiros que entraram irregularmente no país para áreas governadas por democratas para protestar contra as políticas migratórias do presidente Joe Biden.
Bloqueio
Um folheto em inglês e espanhol alertará os solicitantes de asilo de que a moradia em Nova York é "muito cara" e que o custo de alimentação, transporte e outras necessidades "é o mais alto dos Estados Unidos".
"Não há garantia de que possamos fornecer abrigo e serviços aos recém-chegados", destaca o panfleto. "Por favor, considerem outra cidade ao decidir onde se estabelecer nos Estados Unidos", acrescenta.
Adams disse que a cidade quer que as pessoas enfrentem "a verdadeira realidade na fronteira, algo que o governo federal deveria estar fazendo".
O prefeito também anunciou que os imigrantes adultos solteiros terão que reaplicar para obter abrigo após 60 dias para ajudar a liberar espaço para famílias com crianças.
Nesse caso, a cidade pode auxiliar os imigrantes a encontrar acomodações alternativas com amigos, familiares e redes de assistência.
Ted Long, funcionário da agência que administra grande parte das acomodações de emergência para imigrantes, disse não ser possível “absorver dezenas de milhares de recém-chegados por nossa conta, sem a ajuda do governo estadual e federal".
"Nossa compaixão é infinita. Nosso espaço não é", afirmou aos jornalistas.
Os críticos de Eric Adams o acusam de violar as leis sobre o direito à moradia, que obrigam a cidade a fornecer uma cama a quem precisar.
O anúncio "não apenas mina o direito à moradia, mas também o papel definidor de Nova York como farol de promessas, inscrito na base da Estátua da Liberdade", declarou o controlador municipal Brad Lander.
Já a União Americana das Liberdades Civis (ACLU) classificou o plano do prefeito como "cruel" e "ilegal".
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