Biden e Lula conversam sobre geração de empregos e mudança climática

WASHINGTON/ BRASÍLIA - O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou por telefone nesta quarta-feira, 16, com o mandatário dos Estados Unidos, Joe Biden, durante cerca de 30 minutos sobre assuntos como combate às mudanças climáticas, o apoio dos Estados Unidos aos esforços do Brasil para proteger a Amazônia e os planos conjuntos para promover os direitos dos trabalhadores.

Segundo o Planalto, os dois líderes discutiram uma iniciativa conjunta para garantir empregos de qualidade na economia do século XXI, que pretendem apresentar na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro.

"É a primeira vez que trato com um presidente interessado nos trabalhadores", disse Lula, segundo nota oficial. "Suas políticas e seus discursos sobre o mundo do trabalho soam como música para os meus ouvidos e, certamente, juntos poderemos inspirar outros governantes a olhar para as questões dos trabalhadores".

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Em nota, a Embaixada dos EUA em Brasília disse que os líderes conversaram detalhadamente sobre "a cooperação em assuntos climáticos e os preparativos para a COP28, incluindo o compromisso feito pelo presidente Biden de solicitar US$ 500 milhões ao Congresso norte-americano ao longo de cinco anos, com o objetivo de apoiar o Fundo Amazônia e atividades relacionadas".

Eles também discutiram "os esforços já em andamento, que buscam mobilizar até um bilhão de dólares para apoiar a restauração de terras degradadas no Brasil e na região amazônica por meio da Corporação Financeira Internacional de Desenvolvimento dos EUA". 

O presidente Biden elogiou a liderança regional e global do Brasil em matéria de clima, incluindo a realização da Cúpula da Amazônia e dos Diálogos Amazônicos, que articulam uma agenda comum para o desenvolvimento sustentável, combate ao desmatamento e enfrentamento das desigualdades sociais e econômicas, 

A assessoria de Lula disse que convidou Biden para visitar o Brasil no ano que vem. Já a Casa Branca informou que os dois discutiram planos para "uma missão comercial verde" do país norte-americano ao Brasil em setembro.

Momentos Incômodos

Os dois países mais populosos das Américas passaram por momentos incômodos desde que Lula voltou à Presidência, em janeiro. O brasileiro irritou Washington ao se colocar ao lado da China, queixando-se do domínio do dólar americano no comércio mundial e acusando os EUA de fomentar a guerra na Ucrânia, o que lhe valeu uma reprimenda da Casa Branca em abril.

Os laços atuais, no entanto, são mais calorosos do que durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, admirador do antecessor de Biden, Donald Trump.


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