Centenas de imigrantes dormem na rua à espera de alojamento em Nova York

NOVA YORK - Com a chegada de milhares de imigrantes a Nova York o número de moradores de rua aumentou na cidade. Mas essa nova população não têm resistência em aceitar abrigo, ela tem dificuldade em encontrar espaço. 

Dezenas de estrangeiros aguardam há mais de uma semana e dormem em cima de papelão, no meio da rua, nos arredores do centro de acolhimento da prefeitura, à espera de alojamento. Voluntários distribuem comida, água e cobertores.

Jovens da África Ocidental, especialmente da Mauritânia e do Senegal, que fogem da instabilidade política e da falta de perspectiva, são hoje maioria entre os imigrantes que procuram ajuda no posto instalado no Hotel Roosevelt, a um passo da Quinta Avenida.

As autoridades priorizam famílias com crianças e limitam o alojamento para homens solteiros por 60 dias. 

Um imigrante latino, que preferiu não se identificar,  foi realocado na semana passada, após dois dias na fila, em colchonetes espalhados pelo chão de um hotel. Ele conta que há muitos outros dormindo em poltronas no saguão. 

Na última segunda-feira, o latino foi levado de volta ao centro de acolhimento, em busca de uma solução mais duradoura.“Eles nos dizem que temos que esperar", observa o homem em busca do sonho americano. 

“Não tem espaço”, e a crise migratória “não vai melhorar”, alertou no começo da semana o democrata Eric Adams, prefeito de Nova York, cidade que, por lei, é obrigada a oferecer um teto gratuito a quem solicitar.

Segundo dados da administração municipal, a cidade dá teto e alimentação a 107.900 pessoas, em 194 abrigos municipais e hotéis habilitados. Dessas, 56.200 são solicitantes de asilo, das mais de 95.600 que chegaram à cidade no último ano, a maioria procedente da Venezuela e América Central.

Segundo a vice-prefeita Anne Williams-Isom, 2.300 novos solicitantes de asilo foram insinscritos no sistema na semana passada, o que considera insustentável.