Biden se junta a grevistas em momento inédito para os EUA

DETROIT - O presidente Joe Biden se uniu nesta terça-feira, 26, aos trabalhadores em greve em um ato em Michigan, uma iniciativa sem precedentes na história dos Estados Unidos.

O democrata chegou ao aeroporto de Detroit por volta das 12h30 onde foi recebido por Shawn Fain, presidente do sindicato United Auto Workers (UAW). Em seguida, encontrou trabalhadores em piquete em frente a uma fábrica da GM no condado de Wayne.

Usando um boné e uma blusa azul com o símbolo da UAW, que representa 143 mil metalúrgicos das três grandes montadoras do país, Biden usou o megafone usará discursar para os trabalhadores, que o aplaudiram. "Vocês merecem um aumento significativo e outros benefícios", afirmou ao ressaltar que “eles salvaram a indústria na última crise e que fizeram muitos sacrifícios”.

O mandatário ainda cutucou os mais ricos ao dizer  que "não foi Wall Street que construiu esse país, foi a classe média".

A ação de Biden, que gosta de repetir ser o presidente mais pró-sindicatos que já passou pela Casa Branca, ocorre um dia antes Deanna visita anunciada pelo seu provável adversário na eleição presidencial do próximo ano, Donald Trump.

O empresário vai fazer um discurso na quarta-feira em um comício —que não é patrocinado pela UAW— em vez de participar do segundo debate presidencial das primárias do seu partido.

Em 2020, Biden venceu Trump em Michigan por uma diferença de menos de três pontos percentuais. A UAW, uma organização historicamente à esquerda e enraizada na classe média, ainda não endossou nenhum candidato.

O apoio explícito manifestado por Biden, no entanto, também tem seus riscos. 

A empresa de consultoria Anderson Group calcula perdas de US$ 1,6 bilhão para a economia na primeira semana de greve. O prejuízo se concentra no estado de Michigan – uma paralisação contra a GM em 2019, por exemplo, levou a uma recessão trimestral da região.

A greve já atinge 38 centros de distribuição e 3 plantas em 20 Estados. Concessionárias e consumidores ainda não foram afetados, uma vez que as montadoras têm estoques para cerca de 55 dias.

A paralisação começou  em 15 de setembro, após o fracasso nas negociações com Ford, GM e Stellantis. É a primeira vez que trabalhadores cruzam os braços nas três montadoras ao mesmo tempo.

A discussão trata do acordo coletivo para os próximos quatro anos, período chave em que a indústria faz a transição para a produção de veículos elétricos. Segundo estimativas do setor, a mão de obra necessária é cerca de 30% menor do que na fabricação de carros movidos a combustíveis fósseis.

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