Personagem mexicano Kiko faz propaganda contra imigração ilegal para os EUA

WASHINGTON - O Kiko, um dos principais personagens da série de TV mexicana “Chaves”, é protagonista de uma campanha dos Estados Unidos no México contra a imigração ilegal. Após a divulgação das imagens pela embaixada norte-americana naquele país, o ator Carlos Villagrán, intérprete do personagem, está sendo alvo de críticas. 

Em um dos vídeos, Kiko pede para seus compatriotas e outros estrangeiros da América do Sul não tentarem entrar nos Estados Unidos de forma ilegal. 

"Olá, amigos. Primeiro de tudo: Calem-se, calem-se, calem-se, vocês me deixam loucos! Tenho algo muito importante para dizer: não cruzem a fronteira dos Estados Unidos, porque seu pai, sua mãe, seu tio, seu cachorro, seu gato, seu periquito, todo mundo pode estar em perigo. O melhor é cruzar (a fronteira) de forma legal. Vamos lá. Se você fizer isso (cruzar de forma legal), aí sim vou gostar de você".

Em outro, o personagem alerta sobre os contrabandistas, os coiotes, que são pagos para levar as pessoas em viagens ilegais além da fronteira. Com um carrinho, Quico fala: “Os coiotes sempre te deixam encalhado, é melhor dizer a eles para saírem, para irem embora”.  

A ação, que também foi divulgada nas redes sociais, é uma tentativa de diminuir os casos de entrada ilegal nos Estados Unidos e incetiva o processo de forma legal. Desde o fim da pandemia da Covid-19, os números de imigrantes ilegais que passam pela fronteira entre os dois países vêm batendo recorde. 

Na segunda-feira, 2, o presidente do México, Manuel López Obrador, destacou que só na semana passada cerca de 10 mil imigrantes tentaram cruzar a fronteira com os EUA por dia. 

Críticas 

Mas se a intenção foi de chamar a atenção para os perigos da travessia, não funcionou. 

Na internet, a maioria dos comentários acusam o "menino rico" de não entender o drama de quem foge da fome e da violência, além de pontuar a dificuldade de se conseguir um visto para o país norte-americano. 

“Não fale do que não sabe, Quico. Vir legalmente para os EUA não é como dizer 'vou comprar um quilo de tortilhas'. Você fala como se fosse só ir até a embaixada e pedir meu visto. Se as pessoas estão usando meios como os “coiotes” ou correndo riscos sozinhas é porque não têm meios para comer em seus países, muito menos para conseguir um visto. Não seja falso”, escreveu. 

“Parece que o Carlos virou seu personagem”, comentou outro internauta em referência a construção do personagem de Kiko, que é um “menino mimado” e que dificilmente se importa com problemas dos seus amiguinhos mais pobres como Chaves e Chiquinha. 

O ator Calor Villagrán não se pronunciou até a publicação desta matéria. 


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