Secretário de Estado americano visita México em busca de medidas para conter imigração

WASHINGTON - Enquanto milhares de pessoas avançam em direção aos Estados Unidos com a esperança de conseguir atravessar a fronteira sul do país, autoridades americanas visitam o México nesta quarta-feira, 27, para mostrar os esforços para conter a imigração crescente. 

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, conversou por telefone na semana passada sobre a questão com o mandatário Joe Biden que concordou em enviar uma comitiva para discutir a imigração ilegal. 

O secretário de Estado, Antony Blinken, e o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas,  defendem  a "necessidade urgente de vias legais e ações adicionais" em relação à migração.

Mas Obrador disse em entrevista pouco antes da reunião que “não adianta construir muros nem barreiras, é preciso fortalecer a América Latina”.


Cerca de 10 mil migrantes tentam entrar ilegalmente pela região todos os dias, quase o dobro do número contabilizado antes da pandemia. E o número de mortes na fronteira entre os países também ameaça superar os do ano anterior. 

De acordo com o Departamento de Alfândega e Controle de Fronteiras, 148 mortes foram registrados apenas na divisa com o Texas durante o ano fiscal de 2023, que vai de outubro de 2022 até o último dia de setembro de 2023. O número é quase duas vezes maior que as 71 mortes no ano fiscal de 2022, que já havia sido marcado por um fluxo significativo de migrantes.

As autoridades americanas afirmam que a maioria das mortes ocorreu entre maio e setembro, quando as temperaturas altas em uma vasta área semidesértica - que se estende de El Paso, no oeste do Texas, até as fronteiras do Novo México e do Arizona. 

A crise de 2023 também apresentou um aumento significativo de mulheres mortas: foram 84 em comparação as 35 mortes do ano anterior.

A  Organização das Nações Unidas (ONU) classificou a rota terrestre do México para os EUA como a mais mortal para os migrantes. Um levantamento mostra que 686 migrantes morreram ou desapareceram no ano passado em sua tentativa de atravessar a fronteira. 

Quase metade dessas mortes está ligada à travessia por estradas nos desertos de Sonora e Chihuahua. Os números sobem para 1.457 mortes quando se somam as vítimas fatais de outros trechos, como a travessia da selva de Darién e as rotas marítimas pelo Caribe.

Com mais de 2,4 milhões de cruzamentos registrados em 2023, o ano também estabeleceu recordes de travessias irregulares, o que levou Washington a fechar algumas passagens fronteiriças com o México para concentrar os seus esforços na entrada de migrantes.

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