Brasileira se passa por advogada, aplica golpe milionário e vira alvo do FBI
ARLINGTON - A Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI) está procurando uma brasileira foragida acusada de se passar falsamente por advogada de imigração e de fraudar seus clientes em aproximadamente US$ 700 mil.
A jornalista e blogueira Patricia de Oliveira Souza Lelis Bolin, 29 anos, é moradora de Arlington, no Texas, e pode ficar presa por até 20 anos se for condenada pelos crimes federais.
De acordo com a acusação, Patrícia se passou por uma advogada de imigração capaz de ajudar clientes estrangeiros a obter vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos.
Segundo o FBI, Patrícia falsificou formulários de imigração, criou múltiplas assinaturas e recibos falsos.
O dinheiro capturado nas ações como advogada foi usado para a compra da casa onde mora no Texas.
Ela usou sua conta no X para confirmar que é alvo do FBI:
“Meu crime: Peguei documentos de uns norte-americanos safados que me pediram para ser bode expiatório contra os meus e meti o pé. Boa sorte, USA, e contem sempre comigo para estar contra o governo norte-americano. Foram meses de perseguições e falsas acusações”, diz ela.
DENÚNCIA
Mas de acordo com a acusação, Patrícia se passou por uma advogada de imigração capaz de ajudar clientes estrangeiros a obter vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos.
Segundo a acusação, disponível na justiça norte-americana, em 22 de setembro de 2021, Patrícia enviou um contrato de retenção legal a uma vítima para ajudar os pais dela a obter vistos permanentes no país.
A vítima fez dois pagamentos de mais de 135 mil dólares, pois Lélis prometeu que esse dinheiro iria para um projeto de desenvolvimento imobiliário no estado do Texas. No visto EB-5, estrangeiros que investirem em fundos substanciais podem se qualificar para a residência permanente.
"Em vez disso, o dinheiro da vítima teria ido para a conta bancária pessoal de Lélis. Em vez de investir o dinheiro como prometido, Lelis Bolin utilizou-o alegadamente para pagar a entrada da sua casa em Arlington, renovar o banheiro e pagar outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito", diz texto.
A brasileira é acusada de atuar para encobrir esse esquema para obter mais dinheiro. Ela é acusada, por fim, de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade.
OUTROS CRIMES
Patrícia foi presa em duas ocasiões nos EUA. Uma por denúncia falsa e outra por roubo de US$ 500.
No Brasil, a brasiliense ganhou notoriedade em 2016, após acusar o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) de tentativa de estupro. Além disso, ela denunciou um assessor de Feliciano de sequestro e cárcere privado.
A jornalista acabou indiciada pela Polícia Civil de São Paulo por denunciação caluniosa e extorsão. O delegado Luiz Roberto Hellmeister, titular do 3º Distrito Policial (DP), também a acusou de ser “mentirosa compulsiva” e “mitômana”.
O juiz responsável pelo caso envolvendo o deputado arquivou o inquérito “por não vislumbrar elementos mínimos para a propositura de ação penal”.
Ela também afirmou que namorou Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e o acusou de tê-la ameaçado após o término da relação.
Nas eleições de 2018, ela se candidatou a uma vaga na Câmara dos Deputados, mas não foi eleita. Depois, um grupo de funcionários que trabalhou na campanha disse que sofreu calote.
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