Tribunal condena Donald Trump no caso de suborno a atriz pornô

 NOVA YORK - O Tribunal de Nova York considerou Donald Trump culpado nas 34 acusações em que é réu, acusado de ocultar pagamentos secretos para a atriz pornô Stormy Daniels, fato que pode ter  influenciado no resultado das eleições de 2016. Os 12 jurados chegaram à decisão unânime no fim da tarde desta quinta-feira, 30.

O ex-presidente dos Estados Unidos voltou a dizer que é inocente e questionou a idoneidade do juiz após o veredito. “Esse julgamento é uma desgraça, o juiz era parcial e nunca deveria ter presidido este caso. O julgamento foi uma desgraça e estava manipulado. Sou um prisioneiro político", afirmou. "O verdadeiro veredito vai ser dado no dia 5 de novembro pelo povo", continuou o candidato republicano à Casa Branca. 

Ainda cabe recurso da decisão. Os advogados do ex-presidente têm 30 dias para registrar o recurso de apelação e até seis meses para registrar a apelação completa.

A previsão é que a pena seja anunciada pelo juiz Juan Merchan no dia 11 de julho, quatro dias antes da Convenção Nacional Republicana. 

Para esse tipo de crime, a pena varia de 1,4 ano a 4 anos de prisão. No entanto,  juristas avaliam que o mais provável é uma conversão do regime fechado em multa seguida de liberdade condicional, ou prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

A condenação não impede Trump de ser candidato nem de assumir a presidência, caso vença a eleição. Ainda, de acordo com os constitucionalistas, é possível que Trump obtenha permissão judicial para seguir com a campanha, caso esteja cumprindo pena em regime fechado ou domiciliar.

Os 12 jurados chegaram à conclusão de que Trump é culpado depois de dois dias de deliberação, revendo os depoimentos e provas. Se um deles discordasse da decisão, o julgamento poderia ser anulado.

Julgamento

Os procuradores apresentaram provas de que Trump falsificou documentos contábeis de seu império para esconder um pagamento de US$ 130 mil feito para a ex-atriz pornô Stormy Daniels em troca de seu silêncio sobre um suposto encontro sexual que tiveram em 2006. Na lista de provas estão 11 faturas, 12 vouchers e 11 cheques que seriam de pagamentos mensais de reembolso de Trump a Michael Cohen.

A acusação afirmou que o republicano queria evitar um escândalo durante as eleições de 2016 que o elegeu presidente dos EUA. 

A defesa disse que Cohen e Daniels mentiram em seus depoimentos e negou o envolvimento de Trump com a atriz. Os advogados podiam convocar o ex-presidente para depor em favor de si próprio, mas preferiram não fazê-lo.


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