Abusos de brasileiro que matou enteada podem ter começado em 2019

ACTON - O brasileiro Juliano Santana, de 49 anos, sequestrou e matou a enteada de 16 anos na quinta-feira, 30, em Acton, Massachusetts, e, em seguida, se suicidou, segundo a  Procuradoria do Condado do Middlesex. A jovem tinha uma ordem de restrição contra o atirador que respondia a um processo de violência sexual contra ela que já durava quase três anos. 

De acordo com o boletim de ocorrência, a polícia recebeu a denúncia sobre o sequestro da adolescente por seu padrasto pouco depois das 16 horas. O agente de liberdade condicional do suspeito foi acionado e conseguiu determinar a localização de Santana com base em um dispositivo de monitoramento por GPS instalado desde 2021.

Juliano Santana esperava o julgamento em liberdade há quase três anos

A polícia encontrou os dois corpos com marcas de perfurações de bala no carro do brasileiro parado no estacionamento da casa da menina. A investigação sugere que Santana sequestrou a vítima enquanto ela caminhava perto de sua residência na Great Road após sair da escola. 

O gerente do Donelan's Markets disse que viu a adolescente ligar do estacionamento do estabelecimento para uma das irmãs, contando que Santana a havia sequestrado e que estava com muito medo. 

Foi essa ligação que alertou a família para o crime e na sequência já acionar a polícia. 

Santana era pai de duas meninas menores, irmãs da vítima. 

Abusos

A denúncia da violência sexual foi feita em 7 de setembro de 2021 pela mãe e uma irmã mais velha da criança. Elas disseram que temiam que o suspeito fugisse para o Brasil caso descobrisse sobre a investigação. 

O processo destaca que os abusos começaram em outubro de 2019,  quando a vítima tinha 12 anos, até 15 de setembro de 2021. A menina descreveu que durante esse período Santana entrava em seu quarto à noite para violentá-la.  

Entre as provas do processo está um diário no qual a vítima e sua irmã escreviam uma para outra com o trecho de 8 de agosto que se referia a uma agressão sexual.

No dia seguinte ao Boletim de Ocorrência, a vítima revelou aos investigadores da polícia de Malden, ao Ministério Público de Middlesex e ao Departamento de Crianças e Famílias que Santana disse para ela “não ter medo e não contar para a mãe”. O suspeito ainda teria falado que o encontro foi ruim e, se ela contasse a alguém, o relacionamento dele com a mãe da jovem terminaria.

O casal se separou logo após a denúncia. 

Prisão

Santana foi preso e acusado no mesmo dia por seis acusações de estupro agravado de menor.

O relatório policial destaca que ao ser detido o brasileiro afirmou que precisava falar com um advogado porque [acreditava] ter uma condição médica relacionada ao que estava sendo acusado.

Ao ser escoltado para a cela, ele voltou a mencionar "ter sido visto por um médico 'sobre este assunto' e precisava falar com um advogado sobre o seu problema", continua o documento policial. 

Na audiência de custódia na Corte Distrital de Malden, a fiança foi estabelecida em US$ 30 mil, exigindo também a colocação de um dispositivo de monitoramento GPS. Além disso, Santana também teria que se manter afastado e não ter contato com a vítima. O brasileiro ficou ainda proibido de ter contato não supervisionado com qualquer menor de 18 anos.

Atraso processual

A data do julgamento deste caso estava agendada para 29 de julho deste ano após pelo menos três adiamentos. 

A primeira audiência estava marcada para outubro de 2022, mas o advogado de defesa, Sean F. Donahue, pediu a mudança da data porque estava com muitos casos pendentes por conta da pandemia da Covid-19 e precisava de mais tempo para se preparar. Donahue alegou ainda que tinha que contratar um intérprete em português para ajudar com o seu cliente. 

O julgamento foi remarcado para maio de 2023, mas dessa vez a promotoria pediu uma nova data por conta de conflito de agenda. 

A previsão era que Santana fosse julgado em novembro do ano passado, mas mais uma vez o advogado de defesa precisou adiar por questões de saúde. 



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