Justiça da Flórida restaura medida preventiva contra Grubert
ORLANDO - A Justiça da Flórida restaurou nesta terça-feira, 16, a medida protetiva contra Marcus Grubert, marido da cantora gospel Heloísa Rosa, acusado de abusar sexualmente de uma menina de cinco anos. A decisão judicial no Tribunal de Justiça do Condado de Osceola acata o pedido da família da vítima que busca reabrir o processo contra o brasileiro.
Ele chegou ao tribunal acompanhado de uma advogada e não falou com a imprensa em nenhum
momento.
Os pais da vítima assistiram a audiência e foi a primeira vez que viram Grubert após as acusações. “Nós não vamos parar por aqui, vamos buscar justiça até o fim”, afirmou a mãe Haline Sampaio.
Segundo Thomas Feiter, advogado da família da menor, novas provas estão sendo levantadas para reabrir o processo de estupro de vulnerável. “O próximo passo para a reabertura do caso criminal é revisar as evidências apuradas no inquérito policial durante a investigação e, se for preciso, vamos ouvir mais testemunhas e incluir os depoimentos das vítimas que denunciaram Marcus no Brasil”, enfatizou o advogado.
Grubert durante audiência na terça-feira (Foto: Reprodução TV) |
Grubert foi solto no dia 25 de junho após o caso ser arquivado por falta de provas, segundo o Ministério Público. A decisão do promotor Trevor Persenaire também derrubou as medidas protetivas que proibiam Grubert de entrar em contato com a vítima e com as testemunhas.
O brasileiro ficou 30 dias presos e chegou a ter a fiança negada duas vezes.
Crime
O crime teria ocorrido em abril do ano passado em uma festa do pijama na casa de Grubert em Orlando. A vítima era amiga dos filhos do suspeito e filha da ex-assessora de Heloísa Rosa.
De acordo com os autos do processo, a vítima, atualmente com seis anos, contou com detalhes como foi a violência em sessões de terapia.
Em declaração juramentada, a detetive Elizabeth Acevedo afirma que, segundo a criança, o homem introduziu o pênis em sua boca e pediu que a menina fingisse ser uma “chupeta”.
A criança afirma que estava dormindo na parte de baixo do beliche, enquanto sua amiga, filha de Grubert, estava na parte de cima. Ela descreve que acordou com Grubert a lambendo e que ele estava usando apenas roupas íntimas.
Posteriormente, o homem teria tapado os olhos dela com as mãos e colocado o órgão genital em sua boca “várias vezes”. Para as autoridades, a menina ainda descreveu os movimentos que o abusador teria feito.
O relatório da detetive ressalta que "o homem afirmou à vítima ‘não fale nada para sua mãe porque ela vai me matar’. A menor, então, saiu correndo do quarto e foi buscar ajuda da mãe da amiga [esposa de Grubert] que estava na casa. Foram observados hematomas no lábio superior da vítima; e ela chorava toda vez que contava sobre o incidente".
A blusa vermelha que a vítima trajava na noite em questão foi submetida à perícia e o DNA do brasileiro foi coletado para comparação. O laudo confirmou a compatibilidade entre as duas amostras.
Com base nas observações feitas pela terapeuta, Elizabeth Acevedo indica que a menor foi tomada por um sentimento de culpa e expressava preocupação com a possibilidade de Grubert ser preso.
"A vítima descreveu as emoções boas e ruins em cada incidente e verbalizou seu desconforto com as lembranças desagradáveis e que não queria que o suspeito fosse afetado porque gostava dele […] A vítima estava preocupada com o fato de o suspeito ir para a prisão por causa do que fez e ficar longe dos filhos. Ela ficou desregulada, cautelosa e chorosa enquanto processava a experiência de abuso sexual com ele", revelam as notas da terapia.
Entre as evidências, a família da vítima apresentou ainda gravações telefônicas da mãe da menina com Heloísa Rosa e a pastora da igreja Alcance da qual todos eles fazem parte.
Em um dos áudios, a pastora afirma que foi dito a Grubert que ele precisava buscar ajuda especializada para o que ele fez. "Nós não somos psicólogos nem psiquiatras. Estamos aqui para ajudar com a parte espiritual."
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