Defesa de acusado de matar brasileira no Michigan diz que ela usou drogas
DEARBORN - A defesa de Farreed Hajjar, 57 anos, acusado de esquartejar e ocultar o corpo de Suzan Christian Barbosa Ferreira, alegou durante uma audiência de revisão de fiança na Corte Distrital 14A-1 do Michigan que a brasileira usou cocaína e era uma de suas acompanhantes na última noite em que foi vista com vida. O juiz J. Cedric Simpson negou reduzir o valor estipulado de US$ 2 milhões e questionou o argumento do réu.
O advogado Mark Kriger disse que duas mulheres acompanhavam Hajjar em sua casa em Dearborn na noite de 22 de junho ao citar a conversa da polícia com uma delas. A segunda seria Suzan.
A testemunha disse que elas haviam sido convidadas pelo suspeito e os três estavam bebendo até que Suzan e Hajjar foram para outro cômodo para consumir cocaína. Ela decidiu de ir embora porque não usa drogas.
“(Ela) poderia ter tido uma overdose, um ataque cardíaco, e assim por diante”, disse Kriger na audiência do dia 25 de julho.
Em tempo: Os resultados preliminares da autópsia apontam que a morte de Suzan tem indícios de homicídio, mas a causa ainda não foi determinada.
O juiz questionou se a defesa queria dar continuidade a “esse argumento”. “Dependendo de quem forneceu a cocaína, mas certamente estando no local, se a overdose de drogas resultar na morte, você terá um problema totalmente diferente”, avaliou Simpson.
Mas o advogado enfatizou que não há nenhuma evidência que Hajjar era o proprietário da droga.
Já a promotora Jessica Blanch observou que Hajjar disse à polícia que não havia cocaína naquela noite nem conhecia a vítima.
Evidências
Suzan, mãe de uma menina de 15 anos e um menino de 5, foi vista entrando na casa de Hajjar na noite de 22 junho com uma mala. A bagagem não foi localizada. As imagens das câmeras de segurança mostram as luzes do carro de Hajjar acendendo na manhã seguinte, mas ele só saiu da residência mais tarde.
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Os dados telefônicos do suspeito também o colocam na cena do crime.O corpo de Suzan foi encontrado mutilado e nu no dia 30 de junho em uma estrada rural em Northfield Township, a poucos quilômetros de Dearborn.
O magistrado destacou que o que havia sido dito durante a audiência poderia levar o tribunal a pensar em aumentar a fiança.“Mas eu também não vou fazer isso", adiantou Simpson.
Desaparecimento
No dia 1° de junho, Suzan viajou sozinha para Miami, na Flórida, em busca de fornecedores para os negócios da família em Minas Gerais. Ela trabalhava há seis meses como funcionária da irmã Roberta Barbosa Ferreira e do cunhado em uma loja de produtos importados.
Roberta diz que o último contato com Suzan foi no dia 22 de junho. Ela "estava muito alegre, embora cansada" e iria tomar um banho para descansar no hotel. Na ocasião, Suzan ainda conversou com a mãe Irene Maria Barbosa e a filha adolescente.
No dia seguinte, uma amiga da vítima contou que ela foi para Detroit, a mais de mil milhas de Miami. Seis dias depois, o corpo da mineira foi encontrado.
A identidade da vítima só foi descoberta após uma notícia na imprensa local chamar a atenção da família de Suzan.
O cunhado da mulher entrou em contato no dia 2 de julho com o detetive mencionado na reportagem sobre o corpo de uma mulher econtrado em uma estrada rural em Michigan. Na manhã seguinte, o investigador retornou e pediu um raio-x da arcada dentária da mineira de São Leopoldo.
O exame comparativo confirmou a identidade de Suzan.
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