Instagram lança configurações de privacidade para adolescentes

WASHINGTON - O Instagram anunciou nesta terça-feira, 17,  a implantação de medidas restritivas para usuários menores de idade, com a criação do chamado "perfil adolescente", que deve ser ativado em 60 dias nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália.

Com a alteração, as contas de crianças e adolescentes serão configuradas automaticamente para limitar quem pode contatá-los e o tipo de conteúdo que podem ver.

Haverá também restrições quanto às menções destes perfis por outros usuários, a desativação de notificações entre 22h e 7h, além de um lembrete que convida os jovens a sair do aplicativo após 60 minutos de uso diário.

Para alterar as configurações menos restritivas, menores de 16 anos precisarão de autorização dos pais ou responsáveis através da função de supervisão. Já para os usuários entre 17 e 18 anos, existirá a possibilidade de ativar essa função, ainda que não seja obrigatória. 

De qualquer forma, os pais também podem optar por bloquear o acesso ao Instagram durante determinados períodos de tempo, independentemente da idade do filho.

"Com 'perfis adolescentes', os menores serão colocados nas configurações mais restritas do nosso controle de conteúdo confidencial, reduzindo ainda mais a probabilidade de que estes perfis sejam marcados e, em muitos casos, ocultando-os por completo. São atualizações importantes que mudarão a experiência no Instagram de dezenas de milhões de adolescentes", explica a Meta, gestora da rede social, em um post.

Se um adolescente mais novo tentar contornar as novas restrições mudando sua data de nascimento no serviço, a Meta disse que usará tecnologia de inteligência artificial para tentar “encontrar proativamente esses adolescentes e colocá-los” em contas mais restritivas.

O anúncio das novas configurações ocorre em meio às crescentes demandas de governos e especialistas em tecnologia para a proteção virtual dos menores. 

Nos EUA, a Meta foi processada no ano passado por um grupo de mais de 30 estados alegando que os aplicativos da empresa estão prejudicando os jovens e o CEO Mark Zuckerberg compareceu a uma audiência no Congresso no início deste ano sobre segurança infantil. 

A empresa onde foi criticada por permitir a exploração sexual infantil e Zuckerberg lutou nos tribunais para evitar enfrentar responsabilidade pessoal por quaisquer danos alegados.

Em 2021, um denunciante do Facebook tornou público centenas de páginas de documentos internos da Meta, incluindo a própria pesquisa da empresa que descobriu que o Instagram tinha um impacto negativo na saúde mental de algumas adolescentes.

A Meta afirmou que vai implementar essas mudanças na União Europeia até o fim do ano e globalmente, inclusive no Brasil,  a partir de janeiro de 2025.

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