George Santos pode ser expulso da Câmara

 WASHINGTON - O filho de brasileiros, George Santos, eleito deputado federal por Nova York em novembro pode perder a vaga no Congresso se for descoberto que ele violou as leis de financiamento de campanha. 

O anúncio foi feito no domingo, 15, por James Comer,  deputado republicano e presidente do Comitê de Supervisão da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, 

O órgão é responsável por investigar assuntos da administração pública, o que o faz um dos principais instrumentos da Casa.

"Ele é um cara mau", disse Comer em referência a Santos em um programa da CNN. "Não cabe a mim ou a qualquer outro membro do Congresso determinar se ele pode ser expulso por mentir. Agora, se ele quebrou as leis de financiamento de campanha, será removido do Congresso", acrescentou o político do mesmo partido de Santos. 

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Após as eleições, vieram a tona inconsistências na trajetória de Santos, de mentiras sobre seu currículo e declarações financeiras incompletas ou inexatas a afirmações falsas sobre a sua religião. Além de uma acusação de estelionato no Brasil. 

Mas o que mais pesa contra o republicano, é a suspeita de violação de leis de financiamento de campanha. Uma investigação aponta que o dinheiro teria vindo de um fundo misterioso. 

Na segunda-feira passada (9), um órgão de fiscalização ligado ao governo americano protocolou uma ação com acusações envolvendo as contas de campanha do republicano. Santos teria ocultado doadores e usado parte do dinheiro arrecadado para pagar o aluguel de sua residência.

A declaração de Comer neste domingo reforça a guinada contrária a Santos dentro de seu próprio partido. Na quinta (10), membros do Partido Republicano pediram nesta ele renuncie à vaga na Câmara. A ação foi comandada por filiados da legenda pelo condado de Nassau, em Long Island, subúrbio de Nova York que inclui o distrito pelo qual o político foi eleito.

O filho de brasileiros já disse diversas vezes que não vai renunciar. 

Santos foi eleito no ano passado com cerca de 52% dos votos, contra 45% do democrata Robert Zimmerman. Sua vitória fez com que os republicanos abocanhassem uma área da cidade tradicionalmente democrata.

O recém-eleito presidente da Câmara, Kevin McCarthy, seguiu a mesma linha e disse na quarta que não permitirá que Santos participe de algum comitê importante na Casa. Ele vinha evitando se pronunciar sobre a controvérsia --mesmo depois de veículos da imprensa americana reportarem que um dos integrantes da campanha de Santos fez de conta que trabalhava com McCarthy para angariar fundos junto a doadores.