Coiotes vendem travessias ilegais para os EUA no Tik Tok

 WASHINGTON - Traficantes de pessoas publicam anúncios no Tik Tok para atrair pessoas que  atravessar ilegalmente a fronteira entre o México e os Estados Unidos. O "pacote" custa em média US$ 7 mil.

Os coiotes, como são chamados os atravessadores, divulgam na rede social imagems de um grupo de pessoas com roupas camufladas, que avançam no meio da noite entre os arbustos de uma região árida, situada na fronteira entre os dois países. O local se parece com as paisagens do deserto de Sonora, no noroeste do México. 

Em um outro perfil, a propaganda propõe a travessia pelo Estado de Tamaulipas, mostrando uma foto de crianças a bordo de um bote inflável. "Também realizamos travessias com crianças e famílias", especifica o texto. 

Os pontos de partida mais comuns são Guatemala, Colômbia e Equador.

A luta contra as atividades do crime organizado no TikTok é um desafio para as autoridades americanas. O CEO da empresa, Shou Zi Chew, será sabatinado nesta quinta-feira, 23, por parlamentares da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos sobre essa e outras questões. 

O governo americano apoia o projeto de lei, conhecido como "Restrict Act", que pode autorizar o presidente Joe Biden a tomar decisões para proteger o país de ameaças tecnológicas. Entre elas, a proibição de aplicativos como TikTok.

Motoristas

Os coiotes, que se identificam no Tik Tok com a hashtag #pollero (expressão em espanhol que designa os traficantes) também recrutam motoristas para a rede de imigração clandestina no Arizona, com uma promessa de salário entre US$ 3 mil e US$ 15 mil. 



Os criminosos cobram US$ 7 mil por imigrante. A viagem, na caçamba de uma caminhonete, ou dentro de um caminhão, por centenas de quilômetros e em condições precárias, pode custar a vida a alguns deles.

No total, 7.661 migrantes morreram ou desapareceram a caminho dos Estados Unidos, desde 2014, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Investigação

Um relatório divulgado pela entidade confirmou que o Tik Tok é utilizado como um "meio de promoção" pelos coiotes, que mostram vídeos de casos bem-sucedidos de travessias clandestinas. Os dados foram obtidos junto a 531 migrantes. Cerca de 64% deles tinham um telefone celular e acesso a internet durante a viagem. 

No Tik Tok, os migrantes também encontram conselhos e compartilham suas experiências nas viagens.

A direção do aplicativo garante que a promoção de atividades criminosas é proibida na rede.

 "Não vamos tolerar conteúdos que promovam a exploração humana e o tráfico de pessoas", escreveu a empresa em uma comunicado.

A plataforma, que pertence ao grupo chinês Bytedance, afirma ter apagado, por iniciativa própria, no terceiro trimestre de 2022, 82% dos vídeos associados a práticas criminosas.

As autoridades mexicanas estão realizando suas próprias investigações e operações para lutar contra o crime organizado online. Os policiais da unidade especializada em cibersegurança do país entram em ação quando os migrantes procuram os coiotes para realizar o pagamento pela internet, segundo o chefe da unidade, Benjamin Oviedo. Desta forma, podem identificá-los e localizá-los para tentar efetuar a prisão.

(Com Agências) 

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