Julgamento de brasileiro por assassinato em NH entra na segunda semana

MANCHESTER - O julgamento do brasileiro Anderson Pereira, de 42 anos, acusado de matar um homem em New Hampshire há três anos entra na segunda semana. 

Ele é acusado de homicídio de primeiro grau pela morte de Zak Charabaty (52 anos) e esconder o corpo da vítima que era casado com sua ex-namorada, a também brasileira Flávia de Oliveira. 

Durante as audiências da semana passada, os promotores admitiram que não há provas físicas - como impressão digital, sangue ou DNA - que colocam o acusado na cena do crime

Entretanto, eles acreditam que as evidências são suficientes, como registros bancários, vídeos de câmeras de segurança, dados do celular e informações do UBER para comprovar que o brasileiro esteve na casa da vítima na data do assassinato.

As câmeras de segurança da rua, por exemplo, mostram um homem chegando à pé na casa de Charabaty tarde da noite. O carro da vítima deixou o local por volta de 1h30 da manhã. 

Pereira durante audiência em New Hampshire
Além disso, uma das testemunhas, Daoud Ramy, contou que a família conseguiu encontrar o caminhão de Charabaty através da localização Apple Watch do primo.

A promotoria destaca que os dados do celular do réu e do relógio da vítima mostram que eles seguiram o mesmo caminho na noite do crime. 

Já o histórico bancário de Pereira mostra a retirada de mais de US$ 10 mil que foram transferidos para a Flórida através de transações Venmo no fim de março de 2020.

Crime

Segundo os autos do processo, Charabaty foi atacado enquanto dormia em 12 de março de 2020 em sua casa em Mancheter (NH), enrolado nos próprios lençois, colocado em um saco plástico, amarrado com corda e barbante e enterrado em um terreno baldio em Methuen (MA). 

O corpo de Charabaty foi localizado em 20 de julho, quatro meses depois do assassinato.

A promotoria enfatizou que o réu desapareceu logo após ser interrogado nos dias seguintes ao crime, mas um mandado de busca contra o brasileiro só foi emitido em agosto de 2021,

Pereira foi preso em Kissimme, na Flórida, no mês seguinte. 

Motivação

Para os promotores, um triângulo amoroso pode ser a motivação do crime. 

Flávia morava com Pereira até o segundo semestre de 2019 e saiu do apartamento para morar Charabaty, com quem se casou com em janeiro do ano seguinte. 

Segundo a investigação, Pereira e Flávia continuaram o relacionamento, incluindo encontros sexuais, durante o casamento.

Segundo suspeito

Por outro lado, a defesa de Pereira aponta outro suspeito.

Os advogados alegam que Charabaty e a esposa tinham um relacionamento conturbado que se agravou com a chegada do filho da mulher, Gabriel, para morar com o casal. 

Em 7 de março de 2020, Charabaty e Gabriel tiveram uma discussão acalorada. 

O homem expulsou Gabriel de sua casa e Flávia saiu com o filho. Eles foram para o apartamento de Pereira em Methuen.

O advogado Theodores Lothstein mostrou ainda uma mensagem de Flávia para a tia em que diz "se eu ficar, é para [conseguir] os documentos de imigração". 

Nos dias seguintes, Charabaty e Flávia fizeram as pazes e o marido pediu que ela e Gabriel voltassem para casa.

A vítima desapareceu na noite do 12 daquele mês. Seu último contato conhecido foi uma mensagem de texto de boa noite enviada para a brasileira às 21h29.

Quando ela chegou à residência na manhã seguinte, não encontrou Charabaty nem o caminhão usado para o trabalho. 


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