Brasileiro escapa de área de busca e volta à cena do crime que o condenou à prisão perpétua

PHOENIXVILLE - O fugitivo Danilo Souza Cavalcante mudou de aparência e conseguiu escapar da área de caçada no sábado, confirmou a Polícia da Pensilvânia neste domingo, 10. 

Em entrevista coletiva que marca o 11° dia de fuga do brasileiro, o tenente-coronel, George Bivens, disse que Cavalcante foi visto pela última vez na noite de sábado, 9,  em Phoenixville, cidade onde cometeu o assassinato brutal pelo qual foi condenado à prisão perpétua. 

Cavalcante também foi flagrado pelo menos duas vezes ontem  ao redor do parque botânico Longwood Gardens, centro das buscas nos últimos dias.

Mas ele conseguiu driblar cerca de 400 policias, entre eles agentes do FBI (Polícia Federal) e do CBP (Polícia de Fronteira) que o caçavam em um perímetro de 10 km da cadeia do Condado de Chester, para  roubar um  veículo, que estava aberto e tinha as chaves na ignição.

A van da Baily's Dairy foi roubada entre 19 e 22 horas durante o expediente, avisou a empresa em sua rede social. O Boletim de Ocorrência do roubo só foi registrado por volta das 5 horas do dia seguinte. 

Isso deu vantagem para Cavalcante seguir mais de 20 milhas (32 km) para o nordeste do Estado.

Busca por Ajuda 

Pouco antes das 22 horas, o foragido foi até a residência de um ex-colega de trabalho em East Pikeland Township. O homem não estava, mas ao voltar e verificar os vídeos da campainha e acionou a polícia.

Logo depois, o fugitivo procurou outro ex-colega em Phonenixville, cidade onde matou a ex-namorada, Deborah Brandão, com 38 facadas na frente dos filhos pequenos, então com 4 e 7 anos, da vítima em abril de 2021. 

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As imagens de segurança dessas casas,  submetidas à tecnologia de reconhecimento facial, mostram Cavalcante sem barba nem bigode, vestindo um moletom de capuz amarelo ou verde e sapatos brancos. Ele ainda usa as calças verdes de detento. 

A van foi encontrada às 10h40 deste domingo atrás de um celeiro em East Nantmeal Township, cerca de 15 milhas (24 Km) a oeste de Phoenixville.

As autoridades acreditam que Cavalcante abandonou o veículo porque estava com pouco combustível e temem que ele tente outro roubo para seguir em fuga. 

Bivens afirmou que vão “continuar agressivamente” as buscas com a ajuda de recursos federais, estaduais, municipais e locais.

“Este é um pequeno revés”, disse ele. “Vamos pegá-lo, é uma questão de tempo”. 

Demissão

O agente de plantão na manhã de quinta-feira, 31, que não flagrou a fuga de Cavalcante, foi demitido após o seu celular ser encontrado na torre de vigilância,  disseram fontes ligadas à Cadeia do Condado de Chester sob condição de anonimato. 

O objeto é proibido durante o trabalho e pode ter sido a distração que o brasileiro precisava para que a sua ausência só  fosse percebida quase uma hora depois. 

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Há dois dias, o diretor interino da prisão, Howard Holland, havia dito que o policial, que trabalhava há mais de 20 anos no complexo, estava em licença administrativa. 

Irmã presa

Já Eleni Cavalcante, irmã do fugitivo, foi presa pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) e enfrenta deportação, confirmou Bivens na tarde deste domingo. 

O tenente-coronel disse que houve “alguns problemas de imigração”, mas não informou se a prisão estaria ligada à Cavalcante.

No entanto, o  namorado de Eleni, Francisco Lima, reconheceu durante o julgamento mês passado que colaborou com Cavalcante após o assassinato de Deborah Brandão em abril 2021.

Lima e Michael Scahill ajudaram o assassino a  limpar e enfaixar as mãos,  machucadas no esfaqueamento, deram uma peça de roupas e abasteceram o carro que o levou até a Vírgina, onde foi preso três horas após o crime. 

Lima também contou que recebeu de Cavalcante uma sacola com dinheiro para entregar à irmã.

Os cúmplices obtiveram imunidade de processo em troca de seus depoimentos e não envolveram Eleni nos fatos.