Família busca doações para repatriar corpo de brasileira encontrada morta em Miami

MIAMI - A família da brasileira Adriana Vieira, de 31 anos, que morreu afogada em uma marina de Miami, na Flórida há quase um mês corre contra o tempo para arrecadar dinheiro para repatriar o corpo. Até está sexta-feira, 17, uma vaquinha virtual havia arrecadado pouco mais de R$ 2,5 mil. 

A mãe da vítima, Antonia do Nascimento, diz que caso não consiga R$ 70 mil, cerca de US$ 13 mil,  para pagar o traslado  até segunda-feira, 21, a filha terá de ser enterrada ou cremada nos Estados Unidos. 

Adriana Vieira morava sozinha com o filho de 6 anos
Prazo para o traslado do corpo é de um mês (Foto: Arquivo Pessoal)

“Não posso deixar o corpo lá, não posso abandonar ela, e não admito que ela seja cremada, mesmo sabendo que o custo é menor. Eu não tenho renda, estou desempregada e, por isso, não consigo pagar pelo translado. Não tenho dinheiro e estou desesperada porque o prazo para trazer o corpo se encerra logo. Eu preciso de ajuda e, por isso, criamos uma vaquinha”, contou ao site G1.

A mulher também está desesperada porque precisa repatriar o neto de 6 anos, filho de Adriana, que segue sob os cuidados de uma babá em Miami desde que a mãe morreu. 

Antonia procurou ajuda no Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Defensoria Pública da União. “Ele [garoto] também precisa vir logo ficar com a família. O pai dele, ex-marido da minha filha, também está atrás da repatriação do meu neto”, afirmou.

O MRE, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Miami, afirmou que tem prestado assistência consular à família, mas ressaltou que o governo não faz o custeamento do translado.

“Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros prestam orientações gerais aos familiares, apoiam seus contatos com o governo local e cuidam da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017″, explica a nota.

Morte

As autoridades da Flórida revelaram no início do mês que Adriana Vieira morreu afogada e não consumiu drogas. O laudo da perícia foi  divulgado duas semanas após o corpo da brasileira ser encontrado boiando na marina de Miami. 

De acordo com a investigação, Adriana estava em uma festa no barco em Key Biscayne na noite de 21 de setembro. A última publicação da paulista foi uma foto ao lado do rapper Tyga com a lengenda: "A música é cultura, é união, é universal. A vida é uma festa e somos muito abençoados".

Os depoimentos relatam que na madrugada do dia seguinte, a brasileira e alguns amigos decidiram nadar e foram avisados sobre a presença de águas-vivas. A maioria saiu do mar, mas Adriana optou por continuar, mergulhou de cabeça e não voltou mais. 

Leia também: Polícia revela que brasileira morreu afogada em marina de Miami

Adriana Vieira compartilhou última foto com rapper Tygo
No relatório da Guarda Costeira consta que o corpo da brasileira foi retirado da água cerca de dez minutos depois de ela ter afundado nas primeiras horas de 22 de setembro. A morte foi confirmada no Jackson Memorial Hospital Ryder Trauma Center.

"Me falaramque foi por afogamento, mas eu acho que não foi morte natural. Foi crime. Todo mundo sumiu. Cadê esse povo que estava com ela? Tem que ser investigado e quero Justiça. Não foi morte natural. Quero que as investigações vão até o fim. Ela era tão humilde, trabalhadora, não merecia isso", ressaltou a mãe de Adriana.

O Departamento de Polícia de Miami segue investigando o caso.

Vida Americana 

Natural de São Paulo, Adriana vivia há cerca de dois anos na Flórida. A modelo havia se mudado para os EUA com o então marido Roberto Tersário e o filho do casal. Após a separação, o homem retornou ao Brasil e ela permaneceu no país com a criança.

O ex-casal foi acusado em 2020 de migrar para fugir da Justiça brasileira. Eles teriam aplicado golpes em mais de 7 mil pessoas, vendendo produtos importados que nunca foram entregues.

De acordo com fontes ligadas à Adriana, após o divórcio conturbado, a brasileira passou a trabalhar como modelo, dançarina e mantinha um perfil na plataforma de conteúdo adulto Onlyfans. 

Com mais de 500 mil seguidores nas redes sociais, Adriana compartilhava um pouco de sua rotina e exibia um estilo de vida sofisticado, postando momentos em lanchas, carros luxuosos e viagens para diversos destinos. Muitas vezes, também publicava momentos com o filho.


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