EUA indiciam ex-policial condenado a 275 anos de prisão no Ceará por fraudar visto

RYE - A Polícia de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) afirmou essa semana que mantém sob custódia o ex-policial militar Antônio José de Abreu Vidal Filho, de 30 anos, sentenciado a 275 anos de prisão pela Chacina do Curió, em Fortaleza, no Ceará, para responder pelo crime de fraude processual no país. 

Filho foi indiciado pela Justiça americana no dia 29 de maio por  dois crimes de fraude de visto, dois de perjúrio e um de falsificação, ocultação e encobrimento de um fato material.

A denúncia diz que o brasileiro omitiu para as autoridades de imigração sobre o seu envolvimento na chacina na capital cearense quando marcou "não" ao ser questionado sobre já ter sido preso ou condenado em seu país de origem.

No período em que estava morando nos EUA, Filho obteve várias carteiras de motorista estaduais, um cartão de segurança social, documentos de viagem e autorizações para emprego.

O brasileiro foi preso pelo ICE em agosto de 2023, em Rye, New Hampshire, após ter tido o seu nome inserido na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), devido à condenação pela chacina.

Leia também: Ex-PM condenado por chacina no Ceará é preso em New Hampshire

A Justiça do Brasil condenou Filho a  275 anos e 11 meses de prisão por 11 homicídios, 3 tentativas de homicídio, 4 crimes de tortura física e mental à pena de prisão em regime fechado de imediato sem direito de responder em liberdade e perda do cargo de policial militar.

O ex-policial é natural de São Luís, no Maranhão, e atuava na Polícia Militar do Ceará. Após a chacina, ele foi preso pela polícia cearense, mas conseguiu a liberdade provisória para aguardar o julgamento em liberdade. Durante o andamento das investigações, ele se mudou do país e foi considerado desertor da Polícia Militar.

Policial condenado pela Chacina de Curió é processado nos EUA

A defesa do ex-policial alegou que a vinda dele para os Estados Unidos não tem relação com nenhuma possível fuga por conta da chacina, mas sim para estudar. Já o Tribunal de Justiça do Ceará, disse que não vai se pronunciar sobre esse indiciamento na Justiça americana.

Chacina de Curió

Seis policiais militares já foram condenados pela Chacina do Curió, matança que deixou 11 mortos em Fortaleza, em 2015.

As vítimas - a maioria entre 16 e 18 anos sem passagem pela polícia -  foram assassinadas por policiais militares entre a noite do dia 11 de novembro e a madrugada do dia 12 de novembro de 2015. 

Segundo o Ministério Público do Ceará, os crimes foram motivados por vingança pela morte do soldado Valtemberg Chaves Serpa, assassinado horas antes ao proteger a mulher em uma tentativa de assalto, no Bairro Lagoa Redonda.


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